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Tenho 25 anos, quase a fazer 26, e ultimamente tenho sido alvo desta mesma questão - Quando é que pensas em ser mãe? A maior parte das vezes, esta pergunta provem de familiares próximos que anseiam pela renovação da geração. No entanto, várias outras pessoas externas à familia também começam a falar sobre o assunto.
Tenho uma relação longa, e talvez por isso seja inevitável começar a pensar em casamento, filhos, etc. Mas para mim, as coisas não funcionam assim.
Claro que um dos meus desejos é ser mãe! Não sei quando, mas de momento não. Não seria um filho planeado, mas se acontecesse seria uma benção e eu teria de alterar as prioridades da minha vida. E são precisamente as "prioridades" que nos fazem organizar a nossa vida de determinada maneira.
Bem sei que estou na idade "fértil". Mas não me sinto preparada. Estou a passar por uma fase na minha vida de transformações internas grandes, e por isso é essencial que eu tenha tempo para mim mesma. Para me conhecer e perceber como quero conduzir o meu futuro. As escolhas que irei fazer, irão determinar a "Raquel" de amanhã.
E eu quero que o meu filho venha numa altura em que a Raquel tem tudo para lhe dar (não estou a falar em bens materiais), estou a falar de valores essenciais, ensinamentos, oportunidades. Quero conhecer a sua personalidade e adaptar a educação que lhe quero dar. Quer que ele seja feliz, mas acima de tudo livre para escolher o seu próprio caminho. E isso é tudo o que eu ainda não lhe posso dar, porque eu própria ainda estou a apreender!
Ainda não posso ser a mãe que quero ser. Por isso, preciso de evoluir nesse sentido, sem me sentir culpada por não desejar um filho agora. Muitas vezes, as pessoas acabam por olhar para nós como seres egoístas. Como se os nossos interesses estivessem acima de tudo.
O meu interesse é crescer pessoalmente e profissionalmente, e dar o melhor de mim ao meu filho. Ele irá perceber que terá sempre a melhor versão de mim.
Vou completar brevemente 25 anos e estou numa fase da minha vida muito interessante. Várias mudanças estão a ocorrer e acho isso um bom sinal.
A questão da maternidade está nos meus planos, mas não para já. Antes preciso de estar mais comigo mesma e descobrir mais desta "Raquel". Só assim poderei estar pronta para conhecer um outro ser.
Mas nem por isso deixo de pensar nessa possibilidade e como a minha vida mudaria. Tanto em termos de prioridades, de relação com o marido, de organização do tempo, etc.
Penso principalmente como seria ser mãe aqui em Portugal.
Preocupa-me o facto de não ter emprego estável e de isso condicionar certas decisões na minha vida (como ser mãe). Vivemos num país que não oferece incentivos suficientes para que os jovens casais aumentem a sua familia. E por isso temos cada vez menos pessoas a terem filhos ou então a terem filhos mais tarde.
O que me preocupa é trazer uma criança ao mundo num país que não permite que os jovens pais tenham uma vida estável e que possam oferecer tudo do melhor ao mesmo.
O "dia da mãe" serviu para eu pensar nestas questões. Serviu também para pensar na mãe maravilhosa que me colocou no mundo e na sorte que ela teve em sempre me ter dado uma vida repleta de amor, carinho e bens materiais. Gostava de poder proporcionar tudo isso um dia ao meu filho...